segunda-feira, 13 de julho de 2009

Olho(ar)

Ela olhou em seus olhos

Com raiva, medo e misericórdia.

Ela olhou em seu rosto

Com ódio, angustia e dor.

Ela olhou para o seu corpo

Com saudade, tristeza e ternura.

Ela olhou para os seus atos

Com nojo, angustia e rancor.

Mas ela olhou... Ah ela olhou!

Quando nem mesmo eu fui capaz.

Ela olhou, ela gritou,

O feriu na alma com suas ofensas,

Vomitou em suas chagas,

Cuspiu em sua face.

Mas ao menos ela olhou

Para o pobre cadáver andante,

Parado em sua frente

Que tinha um lindo discurso pensado

Pronunciado em suas palavras malditas.

Mas ela olhou... Ah ela olhou!

Quando poderia olhar o céu azul

O mar calmo e o lago tranqüilo

Ela olhou.

Não para o pobre coitado,

Jogado naquela sarjeta pútrida

Defecando em seu próprio ser.

Mas ela olhou... Ah ela olhou

Sem amor nem bondade.

Não queria ajudá-lo

Nem tampouco destruí-lo.

Apenas olhou

Ela olhou

Como se em seu olhar estivesse à cura

O mal e o bem.

Sem isto pertencer aquele cão.

Ela olhou...

Ela o olhou...

Ela me olhou...

E ela viu a si mesma!

Desculpas...

Olá pessoal, desculpa pela ausência dos ultimos meses. Infelizmente temos outras obrigações que nem sempre nos auxiliam no exercício de poesia. Todavia, retorno agora com novas visões de mundo. Isso mesmo, visões.

Pois acredito que a maior monotônia do homem, é ter o céu a sua disposição e não conseguir ver mais que uma estrela a brilhar.

Portanto, não quero ter uma visão de mundo, ou uma estrela que me guie nesta humanidade desumana. Quero sim, ver esta inexistência coletiva de multiplos meios de compreensão.

É isso ai pessoal, estamos de volta... E como diria o "rei"... "Voltei e agora pra ficar..."

Obrigado pelo atenção e pelos pedidos de retorno.

Vamos nessa, porque a poesia não pode parar.